As instituições que articulam o Golpe de Estado no Brasil

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Por onde passa a mão do Golpe? Cada dia, é uma articulação diferente para derrubar o governo democraticamente eleito. Golpe, sim, porque Dilma não tem sequer UMA ACUSAÇÃO formal que pese sobre ela, ao contrário da maioria daqueles que bradam pela sua queda.

O golpe é estruturado em cinco eixos e inúmeras ramificações. Comecemos com a Câmara dos Deputados, cujo presidente, Eduardo Cunha, já afirmou que não cai antes de Dilma cair. Além de conduzir um dos períodos de maior retrocesso na história da redemocratização do país, Cunha é acusado de corrupção e é investigado pelo governo suíço por manter contas no exterior para lavagem de dinheiro. Cunha, vale dizer, é muito próximo da turma de deputados que encabeça a lista dos deputados formadores da Frente Pelo Impeachment. A maioria deles já foi acusada por algum tipo de crime ao longo da vida política.

Passemos, então, para o TSE. O órgão surpreendeu com a notícia de que reabrirá um processo movido pelo PSDB para impugnar o mandato de Dilma e do vice, Michel Temer, por suposto abuso de poder político e econômico na eleição de 2014. O processo foi arquivado e, assim, como num passe de mágica, reaberto em plena ebulição de fatores orquestrados pelo Golpe. Coincidência? Dificilmente. A alegação do PSDB é de que Dilma teria recebido “financiamento de campanha mediante doações oficiais de empreiteiras contratadas pela Petrobras como parte da distribuição de propinas”. Esse ponto é muito curioso, já que Aécio também recebeu doações dessas empresas para a campanha de 2014. Desde que estejam declaradas ao TSE, isso não é crime. Por que, quando é para Aécio, a doação é patrocínio. E, para Dilma, é propina? Lembremos também que o próprio TSE apontou “inconsistências” na prestação de contas do próprio Aécio Neves.

Em seguida, o TCU que, pela primeira vez em décadas, assinala que rejeitará as contas da presidência do ano de 2014. As tais pedaladas aconteceram a rodo durante o governo Fernando Henrique Cardoso, por que não houve audiência por parte do Tribunal de Contas da União? Mas a pior parte da história não é essa. O governo teve que pedir o afastamento do relator do processo, Augusto Nardes, por seu posicionamento parcial e partidário e suas declarações descabidas à mídia acerca do processo. Vale lembrar que Nardes é suspeito de receber propina na Operação Zelotes, que apura fraudes e supostas compras de decisões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. No dia anterior ao julgamento das contas de Dilma, teve uma reunião amigável com ninguém mais ninguém menos que Aécio Neves. Além de Nardes, o ministro Raimundo Carreiro é formalmente investigado em inquérito aberto no STF para apurar acusações feitas pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, de que teria feito pagamentos par ser beneficiado em processo no TCU sobre a usina nuclear Angra 3 – o beneficiário final seria o ministro. Também o ministro Vital do Rêgo é formalmente investigado no STF desde junho deste ano por suspeita de compra de votos.

Em quarto lugar, temos os indignados seletivos tentando ocupar as ruas, diferentemente dos movimentos sociais, que dela nunca se ausentaram na luta diária por mais direitos aos pobres, trabalhadores e oprimidos. Quem também ocupa as ruas desta vez é cria direta, da mídia, e do que existe de mais reacionário e fascista na oposição ao governo, ao PT e a toda a esquerda. São os formados pelo Jornal Nacional, a Revista Veja e os Revoltados Online, que envergonham a democracia ao pedir a volta da ditadura militar, o golpe e a morte “dos comunistas”.

Por fim, alguém que ocupa um papel principal nesse tecido que é o caminho do Golpe no Brasil: a imprensa, o quarto poder. Todo mundo sabe que quem tem informação, tem poder. Os donos da informação, que usam o recorte que bem entendem, têm MUITO poder. São eles que compactuaram com o Golpe de 84, contra um comunismo fantasioso. São eles que repetem o mesmo discurso fantasioso para justificar um golpe em 2015 e um ódio não velado à esquerda e aos pobres. É essa mesma imprensa que manipula dados, fatos e imagens, que faz coberturas e textos seletivos, que inflama o povo e o cala com a mesma facilidade, apenas para atender a seus próprios interesses. São os donos desses veículos de imprensa alguns dos homens mais ricos do mundo, que atuam junto aos Estados Unidos contra os governos de esquerda da América Latina, pela entrega das nossas riquezas naturais e pela vitória do capital sobre a humanização da sociedade.

Juntos, esses cinco dedos formam uma mão implacável, que bate sem afagar e extrapola, em muitos momentos, suas funções pela certeza da impunidade e do poder absoluto. Juntos, esses dedos formam um cartel poderoso que ameaça a democracia conquistada por nós a duras penas, sem nenhum remorso, porque têm seus interesses particulares em primeiro lugar. São eles que nos oprimem e tentam nos calar e sufocar à força. Mas que saibam, eles são cinco, nós somos milhões. Não cairemos sem luta. E não vai ter Golpe.

Deputado que já foi acusado de corrupção quer censurar críticas a políticos na internet

E quando a gente acha que a coisa não tem como piorar, vem o deputado Claudio Cajado (DEM/BA) – atualmente Procurador da Câmara Federal – defender uma mudança no Marco Civil da Internet para que ofensas contra parlamentares sejam retiradas da internet e autores responsabilizados criminalmente. Qualquer semelhança com CENSURA não é mera coincidência.
Desde 2013, quando assumiu o cargo, Cajado flerta com essas práticas proibitórias. Agora, o deputado vai apresentar o projeto ao presidente Eduardo Cunha que, claro, já manifestou apoio à proposta. De acordo com a medida, pessoas que criam páginas fakes de políticos serão identificadas e punidas, o texto também vai responsabilizar criminalmente os provedores, portais e redes sociais que hospedam os sites. Cajado já se aproximou do Google para “amenizar” os efeitos dessa medida digna de censores.
Ninguém é a favor de que mentiras sejam divulgadas dentro ou fora das redes. Mas, conhecendo bem o nosso Congresso, sabemos que esse projeto se tornará arma nas mãos daqueles que são blindados pela mídia tradicional -lembra de quando Aécio tentou processar tuiteiros que falavam contra ele na campanha de 2014? – e não admitem que verdades a seu respeito sejam divulgadas pelos veículos alternativos. Os mais prejudicados? Os brasileiros que não terão acesso à informação democratizada e aqueles que podem ser criminalizados por divulgar a verdade nas redes.
O mais irônico de tudo isso é que o próprio deputado Claudio Cajado foi acusado por supostas fraudes na eleição de 2004 em em Dias D’Ávila, no interior da Bahia, as acusações incluíam crimes de corrupção eleitoral, coação de eleitor, falsidade documental e outros. O processo foi arquivado no STF. Em 2013, teve seu nome envolvido na penhora de contas do DEM de Salvador.

O que será que nossos parlamentares têm a esconder? O Legislativo vai agir livremente criando leis em causa própria? Seguimos de olho.

Cunha e Picciani começam as movimentações para votar projeto que acaba com sistema de partilha da Petrobrás

criador e criatura
E quando a gente acha que a coisa tá ruim só no Senado, no que diz respeito ao petróleo, descobrimos que o buraco é bem mais ao lado. Na Câmara, vejam só, os entreguistas também se articulam para fechar o cerco e votar a entrega do nosso pré-sal para as exploradoras estrangeiras.

O excelentíssimo senhor presidente, Eduardo Cunha, e sua criatura, Leonardo Picciani (líder do PMDB na Câmara) engrossam o caldo entreguista e saem agora em defesa do fim do modelo de partilha como “forma de abrandar a crise”.
Como a pauta esfriou no Senado, Cunha tratou logo de trabalhar seu “jeitinho” para colocar em votação no plenário, já na próxima semana, o PL 6726/13, do deputado Mendonça Filho (DEM/PE), que propõe a retomada do modelo de concessão na exploração das reservas de petróleo. Como a gente sabe, o modelo de concessão é exaltado por FHC, Serra e entreguistas de plantão, porque permite que os gringos coloquem as mãos no petróleo que é nosso.

Picciani alega que “o modelo da partilha se mostrou ineficaz. Isso paralisou a indústria do petróleo e tem reflexo muito grave para alguns estados, sobretudo Rio de Janeiro e Espírito Santo“. O que Picciani propositadamente deixa de considerar é que a crise do petróleo é GLOBAL, não culpa da Petrobrás. Em um ano, o preço dos barris de petróleo caiu mais de 50%, passando de US$ 101, em agosto de 2014, para US$ 46, em agosto deste ano. Essa situação já levou alguns países, como Noruega e Canadá, à crise econômica generalizada. Por aqui, por mais que se sinta os efeitos dessa queda do preço, a Petrobrás foi a menos afetada, dentre as grandes petroleiras, e permanece como uma das maiores do mundo.

Essa tentativa de sucatear a Petrobrás não vem de hoje, acontece desde o governo Vargas. Os tucanos e demais entreguistas têm verdadeira fixação pela Petrobrás e querem entregar a estatal para os estrangeiros de qualquer maneira, isso não é novidade. A novidade agora é atacar a Petrobrás para entregar a exploração do Pré-Sal, patrimônio do povo brasileiro, que vai garantir bilhões de reais em recursos para saúde e educação, por meio do Fundo Social. A quem servem, então, essas pessoas?
Estamos de olho! Não adianta mudar de Casa para votar projeto entreguista. Seja o PLS de Serra, seja o PL de Mendonça Filho e quantos mais vierem por aí, não vão entregar nossas riquezas naturais sem luta. Qualquer um com o mínimo de entendimento de geopolítica sabe a importância e a simbologia do petróleo no cenário internacional. Deixemos as migalhas aos vira-latas do Brasil.

Eduardo Cunha, o Achacador, tenta barrar investigações

No fantástico mundo de Cunha, ser presidente da Câmara dos Deputados confere a ele carta branca para acossar, traficar influência, ameaçar e cobrar propina. E ai de quem tenha a coragem de investigá-lo!

Em maio desse ano, a PGR obteve documentos, junto ao Departamento de Informática da Câmara, que indicam que Cunha foi o verdadeiro autor de requerimentos ao TCU para auditar contratos entre as companhias Mitsui, Samsung e Petrobras. O problema é que Cunha teria utilizado tais requerimentos como ameaça, após suspensão de pagamento de propina.

Atualmente, estes requerimentos de auditoria estão em nome de Solange Almeida, ex-deputada do PMDB do Rio de Janeiro, mas há suspeitas de que seu verdadeiro seria Cunha. As suspeitas tornam-se ainda mais graves ao se constatar que Cunha demitiu o funcionário Luiz Antonio Souza da Eira após o vazamento dessa informação. Eira declarou à Polícia Federal, um dia após ser demitido, que os requerimentos foram inicialmente gerados em nome de Cunha, por meio de sua senha pessoal e intransferível.

A reação de Cunha? Utilizar seus poderes de presidente para fazer com que a Câmara dos Deputados entrasse com pedido no STF para anular a validade desses documentos.

A Câmara dos Deputados entrou com pedido no STF para anular validade de documentos contra Cunha. A justificativa é de que a investigação “fere a autonomia entre os poderes”.

Cunha acha que está acima do bem e do mal, que é ininvestigável. É bom que esteja atento: o coronelismo no Brasil acabou. #ForaCunha #CunhaAchacador

E, como bem lembrou Chico Alencar (PSOL/RJ): Cunha está sob suspeita, não Dilma.